Kozo Morishita, atual presidente da Toei Animation e nome central por trás de quase todas as fases deDragon Ball, construiu uma carreira marcada por sucessos populares. Ainda assim, o executivo admite carregar um arrependimento específico. Em entrevista recente ao site Comic Natalie, ele apontou o longa-metragemAshura(2012) como o maior erro de sua trajetória profissional.
Baseado no mangá de George Akiyama, o filme em animação totalmente em CG acompanha a história de uma criança que nasce em meio a uma grande fome em Kyoto, no século XV, e recorre ao canibalismo para sobreviver antes de aprender valores humanos com um monge. Morishita esteve diretamente envolvido no projeto, atuando no planejamento, na supervisão e também como artista de storyboard.
Segundo Morishita,Ashurafoi produzido com um orçamento “incrivelmente baixo”, mas alcançou alto nível técnico e chegou a vencer o Prêmio de Excelência na categoria Animação do Japan Media Arts Festival. Mesmo assim, o desempenho comercial foi ruim. Para ele, o verdadeiro erro veio depois. “É uma vergonha. Não deveríamos ter encerrado tudo após um único filme, precisávamos tratar como uma propriedade intelectual que pudesse continuar com várias partes”, afirmou (via CBR).
O produtor explicou que abandonar um projeto original após um tropeço causou um desperdício financeiro considerável. Segundo suas palavras, isso equivale a jogar “centenas de milhões de ienes em custos de produção no ralo”. Morishita acrescentou que ninguém cria algo com a intenção de “fazer algo desinteressante”, e que sempre existe algum valor interno que pode ser aproveitado.
Ele defendeu que a Toei deveria ter analisado melhor os fatores externos do fracasso, questionando se o marketing foi inadequado ou se o filme estava “fora de sintonia com a época”, e então usar os pontos fortes da obra em uma continuação, em vez de desistir imediatamente.
Ashurasegue como um caso singular no catálogo do estúdio, também por conta do material de origem, conhecido pelo conteúdo extremo. O mangá original, lançado em 1970, chegou a ser banido em algumas regiões. A adaptação de 2012, dirigida porKeiichi Sato, utilizou uma combinação de CGI com cel shading que remete à pintura em aquarela, estilo que dividiu o público.












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