Em 2019, poucos projetos geraram tanta expectativa quanto o filme “Infinito”. Baseado no romance “The Reincarnationist Letters”, de D. Erik Maikranz, essa adaptação prometia combinar ação e ficção científica de forma semelhante a sucessos como “Matrix”, “A Origem” e a franquia “Jason Bourne”. O roteiro, escrito por Ian Shorre e Todd Stein, havia sido incluído na prestigiosa Black List, uma lista que reúne as melhores produções ainda não filmadas, e a Paramount apostava que Antoine Fuqua poderia criar um novo universo de franquias com esse projeto.
Quando Chris Evans começou a negociar para estrelar o filme, o estúdio acreditou que havia encontrado seu próximo grande sucesso, algo que poderia rivalizar com “Missão Impossível” e “Transformers”. No entanto, os planos foram abortados quando Evans abandonou o projeto devido a um conflito de agenda com a minissérie “Em Defesa de Jacob”. Esse revés significou um grande golpe para o projeto, que até então parecia ter tudo para dar certo.
Com a saída de Evans, Mark Wahlberg assumiu o papel principal, e as filmagens iniciaram em setembro de 2019. O elenco também contava com Chiwetel Ejiofor, Dylan O’Brien, Sophie Cookson, Rupert Friend e Jason Mantzoukas. A produção teve a sorte de concluir as gravações antes da pandemia de COVID-19, mas isso não foi suficiente para evitar os problemas que estavam por vir.
A Paramount adiou o lançamento do filme várias vezes, primeiro para maio de 2021 e depois para setembro, até finalmente decidir cancelar a estreia nos cinemas e lançar “Infinito” diretamente na plataforma Paramount+ em 10 de junho de 2021. Esse destino foi inesperado para um filme que, no início, era visto como uma aposta de franquia.
É difícil dizer se a presença de Chris Evans poderia ter mudado o rumo da produção, mas os críticos concordam que “Infinito” não conseguiu alcançar o mesmo nível de qualidade dos filmes que buscou emular. Em vez disso, o longa-metragem foi visto como uma versão genérica desses sucessos. A trama segue um homem desempregado e diagnosticado como esquizofrênico, interpretado por Wahlberg, que descobre ser um “Infinite”, alguém capaz de reencarnar e lembrar vidas passadas. Esse grupo se divide entre os Believers, que desejam preservar o mundo, e os Nihilists, que buscam destruí-lo.
O personagem de Chiwetel Ejiofor é um dos líderes dos Nihilists e cria um dispositivo capaz de aniquilar o planeta, colocando o protagonista no centro de uma disputa que leva a cenas de ação inspiradas em “Matrix”, embora descritas como pouco criativas pelos críticos. Apesar do visual polido, o filme foi considerado “bobo” e “incompreensível”, deixando a impressão de que nem o elenco conseguia sustentar o material. É interessante notar que “Em Defesa de Jacob”, a produção que Evans escolheu em vez de “Infinito”, também não se tornou um grande sucesso, o que levanta questionamentos sobre as escolhas feitas e o potencial que “Infinito” poderia ter tido com uma direção diferente.










Leave a Reply